SANTUÁRIO NACIONAL DE NOSSA SENHORA APARECIDA

12/junho/2016


Saúdo o Pe. Cesar Augusto, Reitor do Santuário de São José de Anchieta e o povo de Anchieta, no Espírito Santo, pela festa de São José de Anchieta, celebrada no dia 9 de junho.

Estamos celebrando hoje o 11o. Domingo do Tempo Comum e neste ano, a Liturgia da Palavra nos apresenta o evangelho de Lucas, conhecido como o evangelho da misericórdia, porque somente Lucas registrou algumas parábolas que mostram o amor misericordioso de Deus para com o pecador, como no caso da mulher anônima do evangelho de hoje, conhecida na sua cidade como pecadora.

A 1a.  leitura do 2o. livro de Samuel nos fala do pecado grave do rei Davi, do reconhecimento de seu pecado e do seu sincero arrependimento ao qual Deus responde com o seu amor misericordioso e o  perdão.

Apesar de agraciado com tantos benefícios por parte de Deus, Davi o ofendeu gravemente.  Para esconder o pecado de adultério, cometeu um pecado ainda mais grave, o homicídio de um de seus servos, Urias, para tomar-lhe a esposa. O profeta Natan denunciou corajosamente o rei Davi e fez com que ele tomasse consciência da gravidade do seu pecado e Deus lhe deu a graça do arrependimento. Davi arrependido pede perdão e Deus lhe perdoa  o  pecado.

Todo o evangelho é revelação nas palavras e nos gestos de Jesus do amor misericordioso de Deus para com cada um de nós pecador. No evangelho de hoje, Lucas nos mostra um Jesus humano, acessível, tocado pelo amor e o arrependimento de uma  mulher pecadora e, igualmente,  sensibilizado pela sua audácia e confiança ao aproximar-se dele. O perdão é dado em abundância àquela mulher pecadora porque demonstrou muito amor. Seu amor e arrependimento se manifestaram nas lágrimas com que banhou os pés de Jesus e no carinho com que os enxugou com seus cabelos. Seus gestos são de ação de graças antecipada, pois antes de qualquer palavra sobre seus pecados, Jesus vendo a sua fé disse-lhe: “tua  fé te salvou. Teus pecados estão perdoados. Vai em paz.”

O pecado está presente na vida de cada um de nós, por isso, todos nós precisamos do perdão de Deus e a sua misericórdia é sem limites e se estende a todos, sem  distinção. Todos nós temos um pouco ou muito do rei Davi e da mulher pecadora. Davi e a mulher pecadora reconheceram seu pecado, sua fraqueza, a necessidade de ajuda e do perdão de Deus. Por isso, foram capazes de amar e sentir a alegria do perdão. Para alcançar o perdão de Deus, é necessário pedir a Deus a graça de reconhecer o próprio pecado, e a graça da conversão. Sem amor não há perdão dos pecados.

Deus é amor e não fica indiferente a quem o ama. E a prova de seu amor é que “entregou o seu Filho único para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus não enviou o seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele” (Jo 3,16-17).

O sacramento da Reconciliação, chamado também de sacramento da Penitência, é um dom do Senhor para todos nós membros de sua Igreja, no qual encontramos o perdão dos pecados. Procurar o perdão de nossos pecados nesse sacramento é manifestar nossa confiança na misericórdia de Deus e a necessidade que todos nós temos do seu perdão.

No sacramento da Penitência é Jesus, que na pessoa do padre, perdoa nossos pecados. Só Jesus tem o poder de perdoar  pecados, porque ele é Deus.  No sacramento da penitência, o homem se reconhece pecador, abre seu coração ao perdão e oferece a Deus a ocasião de manifestar sua misericórdia ao ouvir do sacerdote: “Teus pecados estão perdoados. Vai em paz!”.

O Jubileu Extraordinário da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco, é um convite a todos para fazer a experiência do amor infinito de Deus manifestado em Jesus Cristo e a se tornar também sinal da misericórdia de Deus nas nossas relações com nossos irmãos. “Sede misericordiosos como Deus é misericordioso.”

Dom Raymundo Cardeal Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida-SP