CNBB discute diretrizes para a formação de presbíteros durante assembleia

Andréa Moroni

 

De 11 a 20 de abril será realizada em Aparecida a 56ª assembleia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). O encontro acontece no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, nas dependências do Santuário Nacional, em Aparecida.

 

Cerca de 400 pessoas, entre arcebispos, bispos (atuantes e eméritos), além dos assessores, participam da assembleia. Os trabalhos sempre começam após a Celebração Eucarística no Santuário Nacional, às 7h30.

 

O tema da assembleia deste ano será: “Diretrizes para a formação dos presbíteros da Igreja no Brasil”. Outros assuntos também devem ser tratados durante os 10 dias do encontro como nos conta, em entrevista exclusiva, Dom Leonardo Steiner, Bispo Auxiliar de Brasília e Secretário Geral da CNBB.

 

1- O tema central deste ano é a formação dos presbíteros. A CNBB vai discutir mudanças?

Nós, os bispos, vamos refletir sobre as Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil. O objetivo é atualizar as Diretrizes em vigor, aprovadas em 2010, por ocasião da 48ª Assembleia Geral da CNBB. Essa atualização é motivada especialmente pelo magistério do Papa Francisco e pela publicação pela Congregação para o Clero do documento, “O dom da vocação presbiteral”, que constitui a chamada Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis. A presidência da CNBB, pela função que lhe compete, nomeou uma Comissão Episcopal com a incumbência de elaborar o texto a ser apresentado à análise, votação e aprovação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, reunida na 56ª Assembleia Geral Ordinária, a ocorrer de 11 a 20 de abril de 2018, em Aparecida - SP.

 

2 - Quais outros temas devem ser discutidos?

O estatuto canônico da CNBB (Doc. 70) descreve a “Assembleia Geral” como “órgão supremo da CNBB, expressão e realização maiores do afeto colegial, da comunhão e corresponsabilidade dos Pastores da Igreja no Brasil”, com a finalidade de realizar os “objetivos da CNBB, para o bem do povo de Deus” (art. 27). E, para fazer “crescer a comunhão e a participação” (art. 28), “a Assembleia Geral tratará de assuntos pastorais de ordem espiritual e de ordem temporal e os problemas emergentes da vida das pessoas e da sociedade, sempre na perspectiva da evangelização” (art. 29).  O regimento (Doc. 70) que indica “o modo de proceder ordenadamente na aplicação das normas estatutárias” (art. 1º) atribui ao Conselho Permanente a incumbência de “determinar a pauta para a Assembleia Geral” (art. 90), avaliando as propostas enviadas por quem de direito. Por isso, cada assembleia geral se caracteriza por uma pauta muito carregada, em vista das necessidades do momento. O Conselho Permanente acolhe, ao máximo, os temas sugeridos que são agregados aos temas permanentes.  

 

3- Qual a expectativa da CNBB para o Sínodo dos Bispos em outubro?

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, em permanente comunhão com o Papa Francisco, recebeu com grande alegria o anúncio sobre a realização de uma Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, em Roma, dedicada às juventudes, com o tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Além de a Igreja no Brasil ter sido contemplada com uma jornada mundial da juventude (2013) que suscitou grande esperança e dinamismos nos nossos jovens, agora, mais uma vez, recebemos o convite para esse importante momento em nossa Igreja, em todo o mundo. Que maravilha! Os jovens serão ouvidos. Coloquemo-nos em oração pelos bons frutos do Sínodo.

 

4- Como será a representatividade da igreja do Brasil no Sínodo?

O Papa Francisco já nomeou o Cardeal Sergio da Rocha, Arcebispo de Brasília e Presidente da CNBB, relator do Sínodo. A Conferência deverá eleger quatro delegados e dois suplentes. Não sabemos se o Santo Padre convidará outras pessoas, jovens por exemplo, para o Sínodo.

 

5 - A eleição de outubro e a realidade brasileira devem fazer parte dos debates?

A Assembleia Geral da CNBB poderá, como em anos anteriores, apresentar aos fiéis e à sociedade uma mensagem lembrando a importância das eleições. É sempre uma palavra de ânimo e conscientização, não de substituição da consciência. Durante a reunião do Conselho Permanente, em fevereiro passado, foi aprovado o projeto de um subsídio para ajudar nas reflexões de grupos sobre as eleições 2018. A proposta é contribuir para a formação política das pessoas de boa vontade, assim como motivá-las a participar do processo político, não apenas em momento de eleições. O texto deverá ficar pronto após a 56ª Assembleia Geral. Além disso foi aprovado a promoção de um debate com os presidenciáveis em data ainda ser definida através das TVs católicas coordenado pela TV Aparecida.